connecting, sharing, and reforming initiatives. budget calculator, money manager, budget planner, sharing

Mais recente da CABRI
GFP blog

As capacidades dos ministérios das finanças e do planeamento em matéria da coordenação da despesa de capital e corrente

20 dezembro 2017
Joan Stott
Capabilities of ministries of finance and planning
(Photo by CABRI)

Através de várias oportunidades de intercâmbio e aprendizagem paritária, como diálogos políticos e acções nos países, a saber estudos conjuntos com a Overseas Development Institute, a CABRI tem procurado identificar e prestar apoio à capacitação dos ministérios das finanças e do planeamento em África.

Em Dezembro de 2015, a CABRI deu início a um estudo em matéria da coordenação entre as agências centrais das finanças e os serviços dos Estado, especificamente no domínio da formulação de orçamentos para projectos de capital e os custos correntes a eles associados. O relatório identifica as condições que devem estar reunidas para os países com diferentes estruturas institucionais e condições económicas poderem coordenar as actividades de vários actores a fim de integrar a despesa pública de capital e corrente. Os estudos de caso de quatro países focalizaram no financiamento do sector da educação do Botswana, da Namíbia, do Ruanda e da África do Sul.

Nos últimos dois anos, a CABRI promoveu entrevistas com os técnicos nos países para documentar os sistemas e os processos, de modo a aprofundar o conhecimento a respeito da coordenação nesses serviços públicos. Esta área de investigação reforça os estudos anteriores sobre as capacidades dos ministérios das finanças.

A experiência de longa data adquirida pela CABRI no domínio do intercâmbio entre os ministérios das finanças e do planeamento revela que os governos tendem a subfinanciar as operações relacionadas com a exploração e manutenção de projectos de infra-estruturas, levando a que os bens sofram uma progressiva degradação. A desarticulação entre a despesa de capital e corrente é mais grave quando os governos mantêm orçamentos de capital e correntes distintos, conforme o caso em muitos países africanos. A nossa pesquisa revelou como os países geram este processo e coordenam a informação durante as fases de planeamento estratégico e formulação do orçamento, tanto no caso de um ministério das finanças e do planeamento único, como no caso de processos distintos:

  • Apesar da separação institucional do planeamento e da orçamentação, a África do Sul e o Ruanda possuem instituições de despesa de capital e corrente mais integradas. Em ambos os países, uma instituição ou unidade é responsável pela gestão dos orçamentos de capital e correntes. Todavia, a África do Sul não aplica a categoria de despesa de desenvolvimento, ao contrário do Ruanda.
  • O Botswana e a Namíbia possuem instituições separadas responsáveis pelas despesas de capital e correntes. O sistema da Namíbia apresenta o maior nível de separação institucional, com separação total a partir do centro até aos ministérios. O Botswana possui um único ministério responsável pelas despesas de capital e correntes embora estas sejam administradas por duas unidades distintas, tanto a nível central como a nível dos ministérios. Desde a realização das entrevistas, a Namíbia tem conseguido fazer progressos rumo a um sistema semelhante ao do Ruanda.

Embora as capacidades dos ministérios das finanças possam ser aferidas de forma mais tangível, as capacidades, sendo o processo pelo qual as competências são transformadas em desempenho, nem sempre são passíveis de ser directamente observadas. Também nos apercebemos que, frequentemente, as capacidades são interdependentes. A nossa pesquisa revela que a presença de certas capacidades, como a de análise, execução e regulamentação, assegura uma boa coordenação. Ademais, o estudo constatou que os seguintes factores internos determinam a capacidade de coordenação:

  • Memória institucional e experiência
  • Organização dos gabinetes orçamentais por sector
  • Competências para reforçar as capacidades dos outros actores no processo orçamental
  • Competências de comunicação
  • Competências de criar e manter bases de dados com informação
  • Uma cultura orientada para os resultados, visando a reforma e a colaboração interna.

O nosso estudo revelou ainda que as capacidades de coordenação são melhoradas quando os ministérios das finanças:

  • Estão dotados de um número adequado de pessoal qualificado com a autoridade necessária para coordenar as decisões orçamentais de outros actores.
  • Estão em melhores condições para coordenar outros actores, sobretudo os ministérios de tutela, em virtude de poderem adquirir conhecimentos e experiências do sector para desenvolver relacionamentos e colaborar com outros actores de forma fidedigna.
  • Estão orientados para os resultados, dispostos a adaptar os processos internos e externos de modo a ultrapassar os desafios emergentes e colaborar internamente de modo a coordenar outros actores e definir requisitos de informação apropriados.
  • Gozam de apoio político da parte do governo. Na ausência desse apoio, outros factores como a capacidade analítica do ministério, as capacidades de monitorização, o relacionamento e a colaboração entre os actores tornam-se elementos críticos, e
  • Com base numa boa regulamentação, orientam as actividades de outros actores e prescrevem os elementos a considerar ao tomar decisões.

 

O Capacidades dos ministérios das finanças e do planeamento na coordenação da despesa de capital e corrente Relatório de síntese e entrevistas que serviram de base (Botswana, Namíbia, Ruanda e África do Sul) estão agora disponíveis no repositório de conhecimentos da CABRI. Ao ingressar no novo plano estratégico, a CABRI irá colocar mais ênfase no desenvolvimento das capacidades de finanças públicas através da Abordagem Iterativa Centrada nos problemas desenvolvida pela Harvard Kennedy School of Government. 

Sign up to the CABRI Newsletter